viernes, 12 de agosto de 2011

G.R.E.S Estácio de Sá - 84 anos!

Hoje é aniversário da 1º Escola de Samba do Brasil, 84 anos da simpática Estácio de Sá!
Tive o prazer de conhecer a quadra da Estácio no carnaval 2009, quando fui pela primeira vez ao Rio de Janeiro. Aliás, foi a primeira quadra que conheci.

Que em breve a Estácio volte ao seu lugar que é o Grupo Especial!




Um pouco da história da Estácio de Sá...

(Reprodução do site da escola)

Em sua bandeira, a Estácio de Sá carrega o nome do fundador da cidade do Rio de Janeiro, mas sua história se confunde, sobretudo, com a formação das escolas de samba. A explicação é simples: "Vem de lá, vem de lá", da região da Praça Onze, a origem da vermelha-e-branca. É a Deixa Falar, considerada por pesquisadores como a primeira de todas. É no Estácio, pertinho da Praça Onze, reduto do samba, da batucada e do candomblé, palco de personagens clássicos do mundo do samba como Tia Ciata, Donga e Sinhô, que nasceu a Deixa Falar, em meados de agosto de 1927. Um dos seus fundadores é Ismael Silva, sambista de Niterói que se mudou ainda criança para a região do Rio Comprido na década de 20. Inicialmente, a Deixa Falar era bloco, mas logo se tornou escola de samba. A alcunha foi sugerida pelo próprio Ismael Silva, em analogia a uma escola normal que funcionava no bairro. Para ele, a Deixa Falar funcionava como um celeiro de "professores do samba".

Como escola, a Deixa Falar desfilou pouco - apenas nos carnavais de 1929, 1930 e 1931. Nem chegou a participar do primeiro desfile oficial, organizado pelo jornal "Mundo Sportivo", em 1932. No entanto, foi referência para o surgimento de outras agremiações no Rio de Janeiro, inclusive no próprio morro de São Carlos, base da atual Estácio de Sá. Lá, foram fundadas outras escolas que faziam sua folia na disputa pelo título, como "Cada Ano Sae Melhor", "Vê se pode" (posteriormente "Recreio de São Carlos") e o "Paraíso das Morenas". Os laços, quase consangüíneos, falaram mais forte e, em 1955, essas escolas se uniram para formar a Unidos de São Carlos. Desde então, o efeito ioiô, aquele sobe-e-desce de grupos, pontuou a história da São Carlos, mas nem por isso deixou de fazer bonito no desfile principal. Dois exemplos são notórios e foram reeditados recentemente: "A festa do Círio de Nazaré", em 1975, e "Arte Negra na Legendária Bahia", de 1976, que revelou o talento do compositor e intérprete Dominguinhos do Estácio.

Em 1983, mais uma mudança: a Unidos de São Carlos vira Estácio de Sá. Suas cores, antes azul-e-branca, voltam a referenciar a herança direta da Deixa Falar, e o "pavilhão do amor" balança novamente vermelho e branco. A troca no nome era para adequar a escola à sua comunidade, que já contava, na época, com integrantes e simpatizantes que iam além das fronteiras do Morro de São Carlos.

Em sua nova fase, a Estácio, já no desfile principal, tomou características de uma escola leve, descontraída e irreverente, mas nunca emplacando uma posição de grande destaque - no máximo, o quarto lugar com a primeira versão de "O tititi do sapoti". Mas, em 1992, veio a surpresa que ninguém esperava. Quando todos davam como certo o título para a bicampeã Mocidade, o Leão corre por fora e abocanha o título, com o enredo "Paulicéia Desvairada, 70 anos de Modernismo no Brasil". Este é o único campeonato da Estácio de Sá no Grupo Especial, que, em 1997, sofreu um baque e retornou ao Grupo de Acesso A, onde permaneceu por nove anos. Chegou a ir para a terceira divisão do samba, o Grupo de Acesso B, em 2005. Sua retomada ascendente, campeã dos Grupos de Acesso em 2005 e 2006 culminou em seu retorno à elite do samba. No Carnaval 2007 a escola reeditou no Grupo Especial o inesquecível enredo "Tititi do Sapoti". Após um desfile que sacudiu a Marquês de Sapucaí, a Estácio de Sá retornou ao Grupo de Acesso, onde está há quatro anos em busca de uma vaga no Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

Estácio de Sá - O verdadeiro Berço do Samba

O bairro do Estácio de Sá é indiscutivelmente o berço do samba carioca. Centro da grande "malandragem" do príncipio do século, vizinha da Praça Onze e do Mangue (Zona), foi passagem de todos os grandes sambistas que, na época, surgiram no Rio - da Mangueira à Portela, passando pelos compositores e cantores do rádio que, em pleno desenrolar da "década de ouro do samba", lá iam garimpar a base de seu repertório, sambas maravilhosamente eternos. Francisco Alves e Mário Reis são exemplos. O início resume-se nas destacadas figuras de Mano Edgar, Bucy Moreira, Alcebíades Barcelos (Bide), e seu irmão Rubens, Armando Marçal, Ismael Silva, Baiaco, Brancura e tinha como frequentador Juvenal Lopes ("Nonel do Estácio ou "Juju das Candongas"), que mais tarde se mandou para a Mangueira, onde chegou à presidência e Heitor dos Prazeres.

Foi ali que surgiu a "Deixa Falar", considerada a Primeira Escola de Samba. Criada em 1927, segundo o IPHAN, sua fundação foi oficializada no dia 12 de agosto de 1928, no nº 27 da Rua Maia de Lacerda, na casa de um sargento da polícia militar, pai do saudoso Bijú, senhor Chystalino. Como nas imediações funcionava uma Escola Normal, que formava professores para a rede escolar, Ismael Silva resolveu batizar seu grupo de Escola de Samba, já que formaria professores de samba. A Deixa Falar durou pouco tempo, desfilando na Praça Onze nos carnavais de 1929, 1930 e 1931, e nem chegou a participar do primeiro concurso das Escolas de Samba do Rio, organizado em 1932 pelo Jornal Mundo Sportivo pois preferiu passar para a categoria de rancho carnavalesco. No entanto, foi uma referência para o surgimento das outras Escolas.

A maioria não se misturava muito". Quem saía dentro da corda mesmo eram o baliza Gaguinho, a porta-estandarte Caboquinha, o Chico Macaú que encourava barricas de vinho para a bateria reforçada do Bloco da Carestia, em cuja casa havia Umbanda, Congo e Caxambu e a gente que vinha dos trabalhadores do cais, operários, artesãos, gráficos e ambulantes aos quais se juntavam malandros, cafetões e boêmios em geral. Entre as cabrochas: Anastácia do Nino, Celeste, Rosália, Odetinha, Agripina, Julieta, senhoras de respeito que faziam o coro de canto ou a fila de baianas. Entre os malandros batuqueiros, Bujú Velho, Gaguinho, Paulo Grande, Dadá Mulato, Alemãozinho, Neca Bonito e o maior malandro de todos os tempos do Estácio, Nino da Anastácia. Tinha ainda os mais esquecidos, os importantíssimos homens da corda como Jorge Burundú (da "Cada Ano Sai Melhor"), João Pimentão (da "Paraíso das Morenas"), e o Milú (da "Recreio de São Carlos"), gente que fazia questão de se expor, brigar, sofrer e carregar aquela estiva toda, ida e volta.

Após a "Deixa Falar" surgiram várias agremiações no bairro do Estácio como "Cada Ano Sae Melhor", "Sem Você Eu Vivo", "Vê Se Pode" que se transformou na "Recreio de São Carlos", "Paraíso do Grotão" e "Boi Azul". Em 27 de fevereiro de 1955 surgiu a "Unidos de São Carlos", criada a partir da fusão das escolas "Cada Ano Sae Melhor", "Paraíso das Morenas" e "Recreio de São Carlos". Em 1983, a "Unidos de São Carlos" passou a se chamar Estácio de Sá.

A primeira Escola de Samba do país nasceu em 1928, criada por uma turma de bambas como Ismael Silva, Bide, Marçal, Baiaco, Brancura e Mano Edgar. Eles costumavam se reunir na subida do Morro de São Carlos, no Estácio - um dos pontos quentes de um Rio de Janeiro que vivia mil transformações e transgressões. Acabaram inventando a Deixa Falar.

Os botequins na esquina da Rua Maia Lacerda, perto da Praça Onze e da Zona do Mangue, atraíam malandros de todas as partes do Rio, alguns deles excelentes sambistas. Vinha gente de Benfica, Madureira, Providência e Gamboa. Ali era cenário para o meretrício e para as rodas de carteado. Essa vida noturna intensa garantiu ao Estácio a aura de Berço do Samba carioca - aquele que conhecemos até hoje, dolente, pausado e marcado por instrumentos de percussão.

Não é à toa que a malandragem sempre esteve associada ao Rio de Janeiro, berço do samba. Tampouco é fruto do acaso o fato de a primeira escola de samba carioca, a "Deixa Falar", ter nascido no bairro do Estácio, tradicional reduto da massa de desocupados e trabalhadores informais, dedicados a jogatina e exploração de mulheres naquele alvorecer dos anos 30. Eram os chamados "bambas" os líderes destas hordas de malandros, que se reuniam nos botecos em culto à boemia e tudo mais que estivesse associado.

Aí a malandragem se criou. E no Estácio criou-se o grande Ismael Silva, grande "bamba" e um dos fundadores da agremiação carnavalesca supracitada. "O samba moderno nasceu no Estácio. O bum, bum, paticumbum, prugurundum é Ismael Silva. As primeiras escolas de samba se apropriaram da estrutura dos cortejos e apressaram a linha melódica para andar, pular e dançar", explica o pesquisador Carlos Nogueira, autor da tese No São Carlos era assim .... Para Nogueira, o samba "tem relação direta com as favelas por causa dos negros. A maioria dos ex-escravos subiu os morros. E onde passou o negro tem uma semente do samba", afirma.

O Estácio e suas principais agremiações carnavalescas

Deixa Falar: A primeira Escola de Samba foi fundada em 12 de agosto de 1928, com as cores vermelho e branco. Ismael Silva, Alcebíades Barcelos (Bide), Armando Marçal, Nilton Bastos, Rubem Barcelos (Mano Rubem), Edgar Marcelino dos Passos (Mano Edgar), Silvio Fernandes (Brancura), Oswaldo Vasques (Baiaco) e Aurélio Gomes foram seus principais integrantes. Desfilou entre 1929 e 1931.

Cada Ano Sae Melhor: Tinha como cores o verde e rosa. Como a Deixa Falar, também foi fundada em 1928. Nascida na localidade conhecida como "Beco da Padeira" (atual "Capela"), no Morro de São Carlos.

Vê se Pode: Teve seu nome mudado posteriormente para "Recreio de São Carlos". com as cores verde e branco, foi fundada em 1929, no local conhecido como "Atrás do Zinco", também na comunidade do São Carlos.

Paraíso das Morenas: A caçulinha, nascida no "Larguinho" em 1947, com as cores azul e rosa.

G.R.E.S. Unidos de São Carlos: Fundada em 27 de fevereiro de 1955, como resultado da fusão das três últimas agremiações citadas acima e com as cores azul e branco. Mudou as cores para vermelho e branco e o nome para...

G.R.E.S. Estácio de Sá: Adotado em 1983 com a intenção de retratar a nova realidade da Escola, que passou a contar com integrantes de toda a região do entorno do Estácio. Campeã do carnaval de 1992 comemorou, em 2005, o cinquentenário da fusão das três escolas.

Fonte: Departamento Cultural do G.R.E.S. Estácio de Sá

Visite: G.R.E.S Estácio de Sá



Aproveitando, vou colocar algumas fotos do meu arquivo pessoal quando fui a quadra da Estácio em 2009.


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